quarta-feira, 15 de outubro de 2014

5 alimentos proibidos na gravidez

andreia vieira

5 alimentos proibidos na gravidez




Veja quais evitar – ou pelo menos reduzir o consumo – ao longo dos nove meses


alimentacao na gravidez (Foto: Thinkstock Photo)

Quanto mais natural, melhor. A dica da nutricionista Elaine Moreira resume como deve ser a alimentação da gestante. Evite alimentos industrializados, excesso de sal e de cafeína. “Além disso, não é o período de provar comidas novas, por causa do risco de alergias”, ressalta. A seguir, a especialista aponta outros alimentos que merecem atenção durante a gravidez.



Carnes cruas ou mal passadas
Tanto as de bovinos quanto as de peixes só devem ser consumidas cozidas. O perigo está no parasita que provoca a toxoplasmose, presente em carnes cruas e fezes de animais. Mesmo que ele não seja encontrado no peixe, há risco de contaminação cruzada – que acontece, por exemplo, se a pessoa que preparou o alimento tiver manipulado outro contaminado. Todo cuidado é pouco, pois a doença é assintomática para a mãe, mas pode levar ao aborto ou deixar sequelas graves no bebê. Mesmo quem já têm o protozoário no organismo (o que é descoberto nos exames do primeiro trimestre da gestação) está proibida de comer carne crua, já que esse tipo de alimento oferece ainda risco de infecções gastrointestinais por meio das bactérias Salmonella e E. coli.



Adoçantes
Há poucos estudos sobre o consumo durante a gestação. Sabe-se, entretanto, que a sacarina e o ciclamato podem ser prejudiciais para o bebê. Se você tiver que usar adoçantes durante a gravidez, os mais indicados são a sucralose, a estévia e o acessulfame (em geral, aparece combinado a outros). Por isso, fique atenta ao rótulo das embalagens.



Cafeína
Em excesso, faz mal. Pesquisas mostram que a substância está associada, por exemplo, ao baixo peso ao nascer. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é de, no máximo, 300 mg de cafeína por dia (o equivalente a três xícaras de 240 ml de café coado ou duas de expresso). Evite beber o café de estômago vazio, já que a substância aumenta a produção de suco gástrico e pode causar azia. Vale lembrar que ela também é encontrada no chá verde e nos refrigerantes à base de cola.  



Bebidas gaseificadas

Não existe contra-indicação, mas as bebidas com gás, até mesmo a água, prejudicam ainda mais a digestão do que os líquidos comuns. Simplesmente porque aumentam o volume do estômago. Melhor tomá-las somente entre as refeições – e não durante. Se você não resiste a um refrigerante, evite os à base de cola (por causa da cafeína) e as versões light, que em geral têm diversas combinações de adoçantes.



Comidas industrializadas
Têm de ser restringidas, na medida do possível. Não apenas por serem pobres em nutrientes, mas também porque a maioria contém sódio em excesso. O mineral é importante para o organismo, já que mantém o volume de líquidos, mas quando o limite recomendado por dia – até 2 g – é ultrapassado, os efeitos são inchaços e aumento da pressão arterial. Sopas, temperos e salgadinhos industrializados são os principais vilões.
FONTE: revista CRESCER



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Quando o bebê vai mexer pela primeira vez?

andreia vieira

Quando o bebê vai mexer pela primeira vez?



Você só vai sentir os chutes do seu filho lá pela 18a semana de gravidez, mas ele se movimenta na barriga bem antes disso

Shutterstock


Qual grávida não fica na torcida para sentir os movimentos do bebê na barriga. A expectativa é ainda maior para as mães de primeira viagem porque não sabem como será. “As primeiras mexidas podem ser confundidas com gases, ronco no estômago ou uma leve cólica, mas logo a mãe percebe que é algo que se movimenta abaixo do umbigo”, afirma o ginecologista e obstetra Djalma da Cruz Gouveia. 

Quando o bebê mexe, a gravidez se torna concreta para a mãe, mesmo que já estivesse comprovadíssima nos exames de ultra-som. “Ao sentir os movimentos do feto, a grávida se reassegura de sua presença. Esse momento é especial para reforçar o vínculo entre mãe e filho”, afirma a psicóloga Ana Merzel.

Na segunda gravidez, fica mais fácil identificar as mexidas do bebê. Mulheres acima do peso podem ter mais dificuldade para sentir o bebê mexer porque a camada de gordura na região do abdômen dificulta a percepção.
Primeiros movimentos
Você não sente, mas seu bebê pode estar se mexendo no útero a partir da 10ª semana de vida. Antes disso, fazia movimentos, mas ainda não tinha o esboço de braços e pernas que agora possui. Você não percebe porque a quantidade de líquido amniótico que envolve o feto (cerca de meio litro) é muito maior do que seus 2,5 centímetros de comprimento e 3 gramas de peso. É entre a 18ª e a 20ª semana que as primeiras sensações de movimentos do bebê — então com cerca de 18 centímetros e 500 gramas — chegam para a maioria das mães.

Nesse início, a percepção é de um movimento suave. Em geral, as mães o descrevem como algo que passa de um lado para outro dentro da barriga, como se fosse um peixe nadando, ou então como pequenas explosões. Na verdade, essa sensação vem mais do deslocamento da água que o feto provoca do que dos choques com o organismo materno. Só cerca de 3 a 4 semanas depois é que a mãe sente o que descreve como chute do bebê. E não é necessariamente um chute. Pode ser um soco ou uma cabeçada. 
Espreguiçadelas
O amadurecimento do sistema nervoso do feto é que determina a coordenação de suas ações, como levar a mão ao nariz, à boca, ao olho, piscar ou engolir. Por volta da 24ª semana, um movimento que começa a ficar frequente é o espreguiçar. O bebê estira os braços e as pernas várias vezes, como um exercício para fortalecer os músculos. À medida que as espreguiçadelas se tornam mais definidas, aparece na barriga da grávida um calombinho. Em geral, é o calcanhar do bebê. Em torno da 32ª semana da gravidez, segundo os especialistas, muitas grávidas têm a sensação de outro movimento, que se repete um após outro, lembrando um soluço. É o bebê simulando a respiração. Embora esteja num meio líquido e não use os pulmões, ele movimenta a musculatura respiratória como num treino. 
De olho no ritmo
Assim que os movimentos do bebê se tornam perceptíveis, os médicos recomendam às mães ficarem atentas ao seu ritmo. Isso é especialmente importante para a mulher que apresenta uma gestação de risco, como a grávida hipertensa ou com diabete, pois a diminuição dos movimentos pode ser um sinal de má oxigenação fetal. O ritmo das mexidas mostra-se mais preciso a partir da 34ª semana, quando se estima que a grávida sinta de sete a oito grandes movimentos do bebê por hora. Alguns bebês mexem muito e outros, pouco. Por isso não adianta ficar comparando o ritmo do seu bebê com o de outras gestantes. Para descobrir qual é o ritmo do seu filho, faça o seguinte: durante três noites, ao deitar-se, procure prestar atenção só no bebê, sem se distrair. A mãe vai notar um padrão de movimentos e assim perceberá quando o filho está mexendo mais ou menos.

Segundo os especialistas, as mães também costumam notar que ele se agita mais quando conversam com o filho ou quando alguém de quem gostam se aproxima. “Nesses momentos, o bebê é estimulado pela liberação de hormônios da mãe. Ele se movimenta pela ação da adrenalina ou se tranquiliza por causa da endorfina”, afirma Gouveia. Uma outra relação que as gestantes costumam fazer é que o filho parece chutar mais à noite, quando elas dormem. No entanto, o que acontece é que a grávida é que sente mais as mexidas quando está deitada e relaxada. O bebê não tem percepção de dia ou noite. Ele dorme quase o dia inteiro, o que não significa que fique quieto. Há fases no sono em que há super agitação.
Hora do encaixe
Enquanto seu tamanho é menor que o diâmetro uterino, o bebê pode dar milhares de voltas na barriga. Mas como a cabeça é a parte mais pesada do seu corpo, por ação da gravidade, ele costuma ficar de cabeça para baixo. É uma característica de 96% dos bebês. Os outros 4% ficam sentados. Essa movimentação costuma ocorrer 15 dias antes do parto, ou a partir da 38ª semana. A barriga abaixa e a gestante nota que respira melhor e consegue comer sem se sentir tão cheia. A partir daí, os chutes de seu filho diminuem. Ele está concentrado nos últimos momentos para fazer seu gol de placa.
 FONTE ; CRESCER

domingo, 12 de outubro de 2014

O preço de um filho

andreia vieira







sexta-feira, 10 de outubro de 2014

aborto espontâneo

andreia vieira

Como prevenir o aborto espontâneo




É possível, antes da gravidez, detectar problemas que, se não tratados, podem provocar um aborto no futuro

Deborah Kanarek

Problemas hormonais e infecções virais que levam ao aborto espontâneo, como a toxoplasmose, podem ser detectados antes da gravidez. Por isso, os médicos recomendam que a mulher faça diversos exames preventivos para verificar se a saúde está em ordem e comece a ingerir ácido fólico, que ajuda a evitar malformações. Outra vantagem é identificar com antecedência os problemas anatômicos que causam abortos, em geral tardios, entre o terceiro e o quarto mês de gravidez. “São alterações no formato do útero ou miomas, por exemplo, que podem bloquear o crescimento do feto ou o fluxo de sangue para a placenta. Normalmente, eles podem ser tratados”, explica Mauro Sancovsky, professor de obstetrícia. Para a terapeuta Fátima Bortoletti, essa “faxina” na saúde também é importante para afastar fantasmas psicológicos — na hora de engravidar pela primeira vez ou quando ocorrem abortos. “Neste último caso, principalmente, as causas precisam ser identificadas para que a mulher mantenha a disposição de fazer novas tentativas sem medo”, diz. Ela lembra que, apesar de os abortos serem freqüentes, as gestações normais são muito mais comuns.

Sonho adiado: quando acontece o aborto


Uma em cada seis mulheres sofre aborto espontâneo



Quando a arquiteta Elke Benchaya, 32 anos, soube que estava grávida, comprou roupinhas, contou aos amigos e ganhou presentes. Ao fazer o primeiro exame de sangue descobriu que o hormônio da gravidez estava em níveis inferiores ao esperado. “Fiquei preocupada, mas tinha esperança de que tudo ficasse bem”. Estava completando a décima semana de gestação e foi encaminhada imediatamente para uma ultra-sonografia. O exame mostrou que o feto estava sem batimentos cardíacos. “Chorei, fiquei mal, mas não me desesperei”, diz. Elke submeteu-se a uma curetagem, a raspagem dos tecidos do útero que envolvem o embrião. Resolveu dar um tempo e tentou engravidar novamente do primeiro filho apenas um ano depois. Não teve mais problema. Deu à luz Raquel, que tem 1 ano e 2 meses, e está grávida novamente de três meses.

Uma em cada seis gestações acaba em aborto espontâneo, a maioria antes dos três meses. E depois dele é comum surgirem dúvidas e sentimento de culpa. O que eu tenho? O que fiz de errado? Foi o estresse? Um exercício mais pesado? Um copo de vinho? O cigarro que não consegui largar? “Nunca é culpa da mãe”, garante Mauro Sancovsky, professor de obstetrícia. Cerca de 40% das causas, segundo ele, se dividem entre imunológicas, infecciosas, hormonais e problemas anatômicos do útero. As outras 60% podem ser atribuídas a anormalidades cromossômicas que ocorrem ao acaso, na multiplicação das células que formam o embrião. Pesquisas indicam que as probabilidades desses problemas aos 25 anos são de 1 para mil, saltam para 1 em 200 aos 35 e para 1 em 25 aos 45. “É uma seleção do próprio organismo, que elimina o embrião com anomalias”, explica Sérgio Brasileiro Martins, ginecologista. Se o problema ocorre logo no início da gestação, muitas vezes a mulher nem chega a saber que ficou grávida e elimina o ovo como se fosse uma menstruação atrasada. 


Em todos os casos, o sangramento pode ou não ser o primeiro anúncio do aborto. “No início da gravidez, quando o ovo se fixa na parede do útero, é normal haver perda de sangue, que logo pára”. O sangramento que precede o aborto começa de forma semelhante, mas se intensifica. Quando esse sintoma surge, costuma-se indicar a curetagem para apressar a limpeza do útero e evitar infecções. Se não há sangramento ou ele é pouco, o médico pode aguardar a eliminação natural que resulta da queda das taxas hormonais da gravidez. “É possível esperar de 15 dias a um mês, dependendo do estado psicológico da paciente. Então monitoramos essa ação com ultra-sonografias uterinas”, explica Sancovski.

Mais de uma vez

Cerca de 2% das mulheres repetem a experiência do aborto antes de levar uma gestação até o fim. A dentista Sílvia Grimm, 35 anos, teve três, sempre no início, até engravidar de Isadora, hoje com 1 ano e 3 meses. “Na última, eu já tinha visto a imagem do embrião e ouvido seus batimentos cardíacos. Foi horrível”, resume. Em casos como o dela, a causa costuma ser imunológica. O corpo reconhece o embrião como um estranho e as chances de levar a gravidez adiante caem 40%. Isso não ocorre normalmente porque o organismo desenvolve um anticorpo protetor do embrião a partir da concepção. Para tentar resolver o problema, Sílvia tomou uma série de vacinas obtidas com o material genético do marido, tratamento que eleva em 10% a chance de manter a gravidez. Além disso, os dois preferiram acelerar o processo com uma inseminação artificial e combater a ansiedade com uma terapia de casal. “Ajudou-nos a ficar mais fortalecidos”, diz.

A gravidez também pode não vingar por causa de uma baixa produção de progesterona, o hormônio feminino que garante a implantação do ovo na parede do útero até a formação da placenta. Esses casos podem ser resolvidos. “Hoje, temos no Brasil uma progesterona modificada em laboratório, que é 20 vezes mais potente do que a natural. Está sendo comercializada desde março”, diz Abner Lobão, coordenador de pré-natal. A principal vantagem, segundo ele, é que uma quantidade menor do medicamento é mais eficaz, reduzindo efeitos colaterais como depressão, irritação gástrica e náuseas. 


Dúvidas freqüentes
· Todo sangramento é sinal de aborto?
Quando o ovo se fixa na parede do útero, pode provocar sangramento, que logo cessa. O do aborto começa igual, mas se intensifica.

· Posso ter um aborto depois de uma gestação normal?
Sim, pois as anormalidades ovulares, principal causa de abortos espontâneos, ocorrem ao acaso.

· Quanto tempo devo esperar para engravidar?
Normalmente, os médicos liberam a gravidez tão logo o ciclo menstrual seja normalizado.

O que acontece com o homem durante a gravidez?

andreia vieira

O que acontece com o homem durante a gravidez?


Enquanto a grávida passa por alterações físicas e hormonais, o companheiro sofre mudanças psicológicas à espera do bebê
Quem disse que gravidez é uma exclusividade feminina? Homem também engravida. Não na barriga, mas na cabeça. Ainda existe, lógico, aqueles que agem como se nada de diferente estivesse acontecendo. Um número cada vez maior, no entanto, quer ser mais ativo nos nove meses. Eles se envolvem (não perdem um ultra-som), dão palpites (no modelo do carrinho do bebê), fazem planos (meu filho vai se formar em Harvard!) - e, claro, criam muitas planilhas de custo. O que não se costuma levar muito em consideração é que, embora não seja o protagonista, o 'grávido' também sofre uma profunda transformação nas 40 semanas. Tem angústias, inseguranças e medos. E, o pior, normalmente esses sentimentos ocorrem de maneira e em ritmo diferentes dos da parceira. Conclusão: grávidas esperam uma coisa e o marido geralmente vem com outra. Pode parecer estranho, mas a falta de sintonia é perfeitamente normal. 'O segredo é assumir que homens e mulheres não pensam igual e por isso terão expectativas diferentes. Mas um complementa o outro', diz o psiquiatra Luiz Cuschnir, autor do livro Homem sem Máscaras.
Com sua experiência no GAMP - Grupo de Apoio à Maternidade e Paternidade, a enfermeira obstétrica Dóris Ammann Saad observa que os maridos querem orientação. 'Eles passam a gravidez assustados. Tudo é um grande mistério. Não é fácil para homens estarem no papel de coadjuvantes e apenas assistirem à gestação dos filhos', explica. A vida dos futuros pais torna-se ainda mais difícil pela falta de referências. Os pais desses pais não eram como eles querem ser. Não existe um modelo a ser seguido. 'Minha geração está aprendendo sozinha', constata o jornalista Humberto Saccomandi, que uniu-se ao colega Cláudio Csillag para escrever O Manual do Grávido, um bem-humorado guia para homens. 'O marido não é uma mulher, não sabe o que é passar por alterações físicas e hormonais tão radicais. Mas mesmo sem entender, podemos ficar ao lado, ser companheiros, até rir com as mudanças de humor. Nossa função é a de redutor de tensões.'
Nem todos eles, é claro, pensam assim. Muitos escondem as angústias. 'Isso ocorre porque os homens têm um processo de defesa, não querem se mostrar inferiores. Preferem se distanciar da gravidez e da mulher a assumir que também possuem um lado frágil. Para dar certo, ele precisa expor os sentimentos à companheira. É uma troca muito enriquecedora', argumenta, em causa própria, o obstetra Flávio Garcia de Oliveira, pai de sete filhos e autor do livro Bebê a Bordo - Guia para Curtir a Gravidez a Dois.

            Emoções no tempo

            1° trimestre

· Choque ou surpresa ao receber a notícia.
· Sensação ou noção de formar uma família.
· Desafio de se adaptar às mudanças de humor da mulher grávida.




2° trimestre
· Preocupação financeira e dúvidas em relação a dar conta de cuidar da família.
· Necessidade urgente de planejar o futuro do filho.
· Ciúme da atenção que a esposa passa a receber.
· Interação com o bebê na forma de conversas e compras de presentes.
· Expectativas sobre como ficará a aparência da mulher e a vida sexual.



3° trimestre
· Preocupação e cuidados com a saúde da mulher e do bebê.
· Interesse pelos procedimentos médicos e detalhes do parto.
· Planejamento prático: o melhor caminho para a maternidade, as providências com o plano de saúde e com o parto.
· Sentimento de sentir-se um herói com o filho nos braços.


            Atitudes legais para eles

          · Estar junto com a esposa na hora de pegar o resultado positivo.
· Relaxar, mesmo que a sensação seja de que o mundo vai acabar - melhor começar a gestação em um clima bom.
· Não esconder as emoções. Quando se sabe o que o outro está sentindo, a vida fica mais fácil. Tome cuidado com frases que podem ser mal interpretadas como 'será que era a hora certa de a gente ter um filho?'. A companheira vai entender isso como rejeição.
· Assumir o lado administrativo natural dos homens. Planejar questões como o melhor caminho para a maternidade alivia a vida da mulher.
· Repare em como a sua mulher pode ficar linda, mesmo com um barrigão. Note o brilho no olhar, os cabelos mais saudáveis, a pele lisinha. Fará bem à auto-estima dos dois. 

Fernando Martinho

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Aborto de repetição

andreia vieira


Aborto de repetição

Aborto de repetição: por que algumas mulheres não conseguem levar a gestação até o fim?

Considera-se abortamento a interrupção da gravidez até a 20ª, 22ª semana, ou seja, até o quinto mês de gestação. Além disso, é preciso que o feto esteja pesando menos de 500 gramas para definir o episódio como aborto espontâneo ou provocado.
O aborto de repetição é a situação na qual um casal experimenta três ou mais perdas gestacionais. Na espécie humana, o abortamento espontâneo é relativamente freqüente. 10% das gestações terminam em abortamento. Destes abortamentos, 85% tem uma causa genética, isto é, uma alteração cromossômica que inviabiliza a vida. Por esta razão, a ocorrência de um ou dois abortos é aceitável como natural. "Mas com a recidiva de três ou mais abortos, alguma outra razão deve estar interrompendo as gravidezes. Se a mulher tem mais de 35 anos, dois abortos em seqüência já podem indicar um problema", afirma o ginecologista Joji Ueno, especialista em Reprodução Humana.
Os abortos são mais freqüentes entre as mulheres acima dos 35 anos de idade. É também nessa faixa etária que aumenta a possibilidade de malformações e anomalias fetais que levam ao abortamento espontâneo. Dentre as causas conhecidas e pesquisadas pela medicina para o abortamento de repetição estão:
  1. Causas genéticas;
  2. Causas uterinas;
  3. Causas imunológicas;
  4. Causas autoimunes;
  5. Causas hematológicas;
  6. Causas hormonais e infecciosas.
Para investigar os abortamentos de repetição, a primeira medida é inteirar-se da época em que ocorreu o abortamento, que é considerado precoce até a 12ª semana de gravidez e tardio entre a 12ª e a 20ª semana. "Se foi precoce, as principais causas são as genéticas, as infecciosas ou as imunológicas. Já os mais tardios estão relacionados à dificuldade de expansão e de crescimento do útero, como as malformações uterinas e a incompetência cervical, isto é, a incapacidade de manter o colo do útero fechado para levar a gravidez a termo", diz Joji Ueno.
Causas genéticas
Estas são as causadas pelas alterações cromossômicas, que inviabilizam a vida. Alterações na estrutura ou no número dos cromossomos podem ser causadas ao acaso ou induzidas por uma alteração de cromossomos dos pais. Aquelas que ocorrem ao acaso não são repetitivas, são as causadoras de abortos ocasionais que estão dentro do percentual de 10% de todas as gestações. Aquelas herdadas dos pais é que se enquadram na repetitividade. Todo abortamento, mesmo que seja o primeiro, deverá ter o material eliminado analisado. "O habitual é realizar o exame histopatológico, isto é, o estudo microscópico do material curetado, juntamente com um exame genético, que poderá demonstrar a causa mais comum de perda gestacional. Dependendo da alteração, os pais deverão ser estudados", explica Joji Ueno. O exame solicitado aos pais é o cariótipo. Este mostrará a estrutura e o numero dos cromossomos. Se este resultado é anormal, um aconselhamento genético deve ser feito, para que o especialista em Reprodução Humana possa calcular a incidência do problema em futuras gestações. A alteração cromossômica é uma das causas mais complicada de abortamento. "Se o casal tem translocação balanceada, o risco de transmiti-la de forma não balanceada para o feto é de 25%. É um índice elevado, uma vez que em cada quatro gestações uma apresentará a alteração. Como não há tratamento que consiga modificar a genética, a única saída é partir para a fertilização assistida com a doação de óvulos ou de espermatozóides, dependendo do lado que venha o problema", recomenda o médico.
Causas uterinas

Alterações da cavidade uterina podem impedir o crescimento da gestação. "Existem malformações da cavidade uterina que são incompatíveis com a evolução de uma gravidez. Patologias como os miomas, pólipos e processos inflamatórios também podem agir desta forma", explica o médico. O exame para avaliação da cavidade do útero é a histeroscopia, onde é possível ter a visão direta da cavidade uterina. Em geral, os abortos mais tardios estão relacionados com malformações uterinas, como o útero didelfo (dois úteros formados por dois cornos uterinos e dois colos), o útero bicorno (dois corpos uterinos em um só colo), o útero septado (com um fenda na cavidade uterina) e incompetência cervical.
Causas imunológicas
Uma gestação é formada pela junção de partes do componente genético do marido com partes da mulher. O feto formado a partir de então será um ser com constituição imunológica diferente do pai e da mãe. Quando uma gravidez se instala, o feto passa a fazer parte do organismo da mãe, como um órgão transplantado. Habitualmente, quando o sistema imunológico entra em contato com um corpo estranho, desenvolve anticorpos específicos. Mas, durante a gravidez, o sistema imune 'tolera' esta situação. E um mecanismo ainda desconhecido faz com que o sistema imunológico não rejeite a gravidez. "Quando o organismo rejeita a gravidez, esse tipo de aborto se chama alo-imune, e o problema deve ser identificado e tratado antes da mulher engravidar. A genotipagem, ou seja, a pesquisa genética, mostra se há compatibilidade entre marido e mulher. Quanto maior for a compatibilidade genética, maior o risco de aborto. O ideal é que os dois sejam bastante incompatíveis, do ponto de vista genético", explica Joji Ueno. O tratamento do problema consiste em sensibilizar a mãe com os antígenos do marido por meio da infusão de leucócitos paternos antes da gravidez, para que ela crie anticorpos e reconheça o embrião quando for implantado em seu útero, já que ele carrega características genéticas do pai.
Causas autoimunes
Existem casos em que o indivíduo pode desenvolver anticorpos contra os próprios tecidos ou órgãos, esta alteração dá origem às doenças autoimunes, como o lupus sistêmico. Muitas mulheres podem ser assintomáticas durante a vida normal, mas no momento de uma gravidez podem exacerbar este problema, vindo a desenvolver uma desta síndromes. "As mais comuns, durante a gestação, é uma síndrome que se assemelha ao lupus e outra em que o nível de anticorpos contra cardiolipina aumenta muito", afirma o especialista. O mecanismo pelo qual o organismo induziria o aborto se explica pelo acúmulo destes fatores, causando alterações da coagulação, trombose das veias da placenta e mau funcionamento do tecido placentário. Há a possibilidade, por meio de exames de sangue de detecção das alterações autoimunes. "O tratamento, normalmente, se baseia no uso de anticoagulantes. Mas, para cada alteração há uma indicação terapêutica própria", informa Joji Ueno.
Causas hematológicas
Alterações dos fatores de coagulação do sangue podem aumentar na sua intensidade diante de situações hormonais especificas. Algumas mulheres não podem tomar anticoncepcionais hormonais, pois, aumentam sua a fragilidade capilar e hematomas. "Durante a gravidez, com a modificação hormonal do corpo, o sistema de coagulação pode se modificar. Se uma mulher tem esta tendência ou deficiência poderá desencadear uma trombose placentária, o que levará a um desenvolvimento diminuído do feto ou mesmo morte fetal, com conseqüente abortamento", explica o médico. O diagnóstico deste problema é feito por uma série de testes de coagulação. O tratamento pode englobar desde a prescrição de aspirinas até o uso de anticoagulantes injetáveis.
Causas hormonais e infecciosas
Estas são causas, que durante muitos anos, foram as únicas para explicar a origem dos abortamentos. Toxoplasmose, brucelose e outras infecções podem ser consideradas como causadoras de um aborto, mas nunca da repetição destes. A doença, na sua forma ativa, pode provocar aborto, mas após a cura, não deixa sequela que faça a repetição das perdas.
Os hormônios também são comumente apontados como causadores do abortamento. As deficiências na ovulação e na produção de progesterona levam à dificuldades ou à impossibilidade de engravidar. "Para que uma gravidez se instale é necessário um índice hormonal adequado, produzido pelo ovário, estimulado pela placenta", diz Ueno.
O avanço na compreensão das falhas gestacionais vem avançando a cada ano, mas ainda existem situações, em que não é possível estabelecer a causa de uma perda gestacional repetida. "Hoje, contamos com tratamentos eficazes para quase todas as causas de abortamento repetitivo, salvo para as alterações genéticas dos progenitores", afirma Joji Ueno. Nestes casos, em que a transmissão de um gene ou cromossomo alterado pode levar a uma má malformação, o aconselhamento genético é fundamental.
 fonte: guia do bebê