segunda-feira, 31 de março de 2014

Dieta para grávidas

andreia vieira


Dieta para grávidas



Aproveite essa fase em que ter barriga é motivo de orgulho. Mas não exagere. Muitas grávidas relaxam e entram na onda “agora posso comer por dois”, o que é pura ilusão. Depois, voltar ao peso inicial vira uma tortura. O ideal é engordar entre 10 e 12 quilos, isso você já deve saber. Para não passar disso, a nutricionista Maria Izabel Carderelli, do Centro de Endometriose São Paulo e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), montou um cardápio de 1600 calorias para servir de orientação nessa fase. Ele traz diversas refeições fracionadas – são sete no total (para não sentir fome alguma!) – e traz todos os nutrientes de que você (e o baby) precisa. Resultado: por dentro, seu corpo ficará tinindo e, por fora, lindo como nunca. Um último toque: não deixe de fazer um pré-natal completo, com um especialista. Isso é a garantia da sua saúde de vocês dois! 

O que não pode faltar na dieta


A alimentação tem um papel fundamental durante a gravidez. Mas, quem pensa que comer bem é sinônimo de comer muito está enganada. Para garantir a saúde da mamãe e do bebê, é imprescindível consumir alguns nutrientes. Veja quais são:

Ácido fólico: Atua na formação do tubo neural do bebê. Fontes: miúdos, verduras verde-escuras (brócolis, espinafre e couve), feijão-branco e legumes.

Cálcio: Importante para a formação dos ossos do bebê e ajuda na manutenção da estrutura óssea da grávida. Fontes: leite, iogurte, cottage, ricota, couve, semente de girassol, semente de linhaça, gergelim, iogurte desnatado.

Vitamina D: Auxilia o aproveitamento do cálcio pelo organismo. Fontes: leite, fígado, atum, salmão, sardinha.

Ferro: Previne anemia. Fontes: carnes vermelhas, miúdos, fígado, verduras verde-escuras, gema de ovo, frutas secas.

Vitamina C: Auxilia a absorção do ferro. Fontes: frutas cítricas (laranja, limão, acerola, maracujá) e vegetais folhosos.

Líquidos: Fundamental para o funcionamento adequado do organismo. Beba de 2 a 3 litros por dia, principalmente de água.

Fibras: Evita que o intestino fique mais lento, o que ocorre com freqüência com as gestantes. Fontes: alimentos integrais (arroz, massa, pão, cereais), verduras e legumes crus e frutas com casca e bagaço. 

Dicas para uma alimentação sem exageros


Durante a gestação, é preciso redobrar os cuidados com a alimentação. Aqui, BOA FORMA revela quais são os alimentos que devem ficar longe do seu cardápio e como fazer para se livrar de enjôos e desejos. Confira:

Evite Carnes cruas, gema de ovo malcozida, café, álcool, adoçantes com aspartame, ciclamato e sacarose (pode consumir os mais naturais coma frutose ou estévia), chás mate e preto, refrigerantes à base de cola, sal e doces em excesso.

Para os enjôos Para amenizar tal desconforto, típico das primeiras 12 semanas de gestação devido à alteração hormonal, vale a pena recorrer a alimentos gelados e ácidos, como limonada ou abacaxi.

Os famosos desejos 
Não há estudos científicos que comprovem que gravidez desencadeie uma gula incontrolável. Mesmo assim, se os desejos rondam a sua vida, é fundamental ter um cardápio bem fracionado para evitar que o apetite vá às alturas e você acabe comendo além da conta. Quando quiser degustar uma guloseima, sempre tenha um “sócio” para dividir as calorias e dê preferência aos doces que sejam à base de frutas.

Mais apetite 
Muitas grávidas reclamam da fome durante a gravidez. Na maioria das vezes, isso se deve ao aumento da ansiedade da gestante (que se manifesta na forma de fome) ou ao desequilibro de nutrientes. Procure uma orientação médica para adequar a alimentação e faça atividades que relaxem. 

Por que engordar demais não é legal

O aumento excessivo de peso na gestação está diretamente relacionado ao risco de desenvolvimento de diabetes gestacional e hipertensão arterial na gestante. Nos dois casos, a gestante corre o risco de ter um parto prematuro. Além disso, quem engorda demais tem muita dificuldade de voltar ao peso anterior à gestação. Logo, fique de olho no prato.


Cardápio da grávida 
Para garantir a sua saúde e a do bebê, é fundamental se alimentar da forma correta. Para ajudar você nessa missão, a nutricionista Maria Izabel Carderelli elaborou um cardápio que não vai deixar faltar, nem sobrar, nada para as futuras mamães e seus bebês.

Café-da-manhã Opção 1: 1 xíc. (chá) de leite desnatado com café + 2 fatias de pão integral + 1 fatia média de queijo branco + 2 fatias finas de peito de peru + ½ papaia com 1 col. (sobremesa) de semente de linhaça

Opção 2: 1 pote (200 ml) de iogurte de cenoura com laranja e mel + 1 pão francês sem miolo + 2 col. (sobremesa) de requeijão light + 1 banana-prata amassada com 1 col. (sopa) de aveia e 1 col. (sobremesa) de semente de linhaça

Opção 3: 1 xíc. (chá) de leite desnatado com café + 3 torradas integrais com alto teor de fibras + 1 col. (sobremesa) de mel + 1 fatia de melão

Opção 4: 1 copo pequeno (200 ml) de vitamina: leite desnatado batido com 1 banana-prata e ½ papaia + 1 misto-quente: 2 fatias de pão integral com 2 fatias finas de queijo prato e 2 fatias finas de presunto de peru

Opção 5: 1 xíc. (chá) de leite de soja com café + 1 pão sírio tamanho médio com 2 col. (sopa) de queijo tipo cottage e 2 fatias finas peito de peru + 1 maçã verde

Lanche da manhã
Opção 1:
 1 copo pequeno (200 ml) de suco de laranja (2 laranjas espremidas) batido com 1 beterraba pequena crua

Opção 2: 1 copo pequeno (200 ml) de suco de beterraba com limão (bata 1 beterraba pequena com 1 copo de suco de 1 limão e adoce com frutose) + 1 kiwi

Opção 3: 1 copo pequeno (200 ml) de suco de abacaxi com laranja (2 laranjas + 1 fatia de abacaxi + água)

Opção 4: 1 copo pequeno (200 ml) de suco de fruta com soja (tipo Ades)

Opção 5: 1 banana prata com 1 col. (sobremesa) de semente de linhaça

Almoço Tempero para salada
Suco de limão + 2 col. (chá) de azeite de oliva extravirgem

Opção 1: 1 prato (sobremesa) de salada de agrião, tomate-cereja e cenoura baby + 4 col. (sopa) de arroz integral + 1 concha média de lentilha + 1 sobrecoxa de frango assado ao molho de laranja + 2 col. (sopa) de purê de abóbora + 1 fatia de abacaxi

Opção 2: 1 prato (sobremesa) de salada de alface, cenoura ralada e 2 col. (sopa) + 3 col. (sopa) de purê de batatas + 1 bife acebolado + 3 col. (sopa) de brócolis cozidos + 1 fatia de manga

Opção 3: 1 prato (sobremesa) de salada de alface roxa, pepino e cenoura ralada + 2 xíc. (chá) de macarrão integral cozido com molho de tomate + 8 minimussarelas de búfala + manjericão + ½ papaia com 1 col. (sobremesa) de semente de linhaça

Opção 4: 1 prato (sobremesa) de salada de alface, endívias e cenoura baby + 3 col. (sopa) de purê de mandioquinha + 1 medalhão de filé pequeno com molho ferrugem (molho da própria carne) + 1 pires de chá de vagem cozida no vapor com pouco sal (na hora de servir, coloque • 1 col. (chá) de azeite extravirgem) + 1 taça de gelatina

Opção 5: 1 prato (sobremesa) de salada de agrião, tomate-cereja e chuchu cozido + 3 col. (sopa) de arroz integral + 1 concha de feijão + 5 unidades de nugget de soja assado no forno + 2 col. (sopa) ervilha torta refogada + 2 ameixas

Lanche da tarde 1
Opção 1:
 1 pote (200 ml) iogurte natural desnatado com 6 morangos + 2 biscoitos cream cracker integrais com geléia sem adição de açúcar

Opção 2: 1 copo pequeno (200 ml) de leite desnatado batido com 1 maçã e ¼ de papaia + 1 barrinha de cereais
Opção 3: 1 pote (200 ml) de iogurte de frutas + 1 fatia de pão integral com 1 camada fina de cream cheese light e 2 fatias de peito de peru

Opção 4: 1 pote (200 ml) de iogurte natural desnatado + 2 biscoitos maizena

Opção 5: 1 copo pequeno (200 ml) de leite desnatado batido com ½ papaia e 1 maçã + 3 biscoitos cream cracker com gergelim

Lanche da tarde 2
Opção 1:
 2 castanhas-do-pará

Opção 2: 2 nozes inteiras

Opção 3: Palitinhos de pepino e cenoura com molho oriental (shoyu light com suco de limão e gengibre fresco ralado)

Opção 4: 1 taça com 3 col. (sopa) de creme de abacate (abacate batido no liquidificador com 2 col. (chá) de mel e suco de limão) + 1 col. (sobremesa) de semente de linhaça.

Opção 5: 4 damascos secos

Jantar
Opção 1: 
1 prato (sobremesa) de salada de tomate-caqui, palmito e manjericão + 4 col. (sopa) de arroz à grega + 1 filé médio de peixe grelhado com molho de alcaparras + 1 cenoura refogada + 1 maçã cozida com polpa de ameixa (retire o miolinho da maçã, recheie com 3 ameixas secas picadas e leve ao microondas por 1 minuto).

Opção 2: 1 prato (sobremesa) de salada de beterraba cozida, alface americana e tomate + 1 hambúrguer de soja grelhado ou assado no forno + 4 col. (sopa) de arroz integral + 2 col. (sopa) de seleta de legumes refogada: vagem, ervilha e cenoura + 1 pêra

Opção 3: 1 prato (sobremesa) de salada de rúcula, tomate-cereja e alface lisa + 1 peito de frango grelhado com molho de maracujá + 3 col. (sopa) de arroz integral com 3 col. (sopa) de ervilha + 1 abobrinha recheada com ricota (retire o miolo da abobrinha, misture com ricota e um pouco de queijo parmesão) + 1 mexerica

Opção 4: 1 prato (sobremesa) de salada de tomate, pepino e feijão-branco + 2 col. (sopa) de arroz integral + 1 filé de badejo assado com tomates e cebola + 3 col. (sopa) de suflê de espinafre + 8 morangos

Opção 5: 1 prato (sobremesa) de salada de alface, radicchio, beterraba e cenoura raladas + 1 fatia média de torta de frango + 3 col. (sopa) de quiabo refogado + 1 kiwi

Ceia
Opção 1:
 1 copo pequeno (200 ml) de leite desnatado com adoçante de frutose e 2 col. (café) de essência de baunilha

Opção 2: 2 quadradinhos de queijo fundido light (tipo Polenguinho)

Opção 3: 1 xíc. (chá) de chá de frutas vermelhas

Opção 4: 1 copo pequeno (200 ml) de leite desnatado adoçado com frutose e um pouco de canela

Opção 5: 1 pote (200 ml) de iogurte com lactobacilos (tipo Activia)
FONTE; boa forma



quarta-feira, 26 de março de 2014

O que é Pré-eclâmpsia?

andreia vieira

O que é Pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma doença gestacional em que, após a 20ª semana (fim do 2º ou 3º trimestre), a gestante desenvolve  hipertensão e desenvolve proteína na urina.


Causas

A causa exata da pré-eclâmpsia ainda é desconhecida. As possíveis causas incluem:
  • doenças autoimunes
  • Problemas nos vasos sanguíneos
  • Dieta
  • Genes
A pré-eclâmpsia ocorre em uma pequena porcentagem das gestações. Os fatores de risco incluem:
  • Primeira gestação
  • Gestação múltipla (gêmeos ou mais)
  • Obesidade
  • Idade superior a 35 anos
  • Histórico anterior de diabetes, hipertensão ou doença renal

Exames

O médico realizará um exame físico e solicitará testes laboratoriais. Possíveis sinais de pré-eclâmpsia:
  • Hipertensão, geralmente maior do que 140/90 mmHg
  • Proteína na urina (proteinúria)
O exame físico também pode indicar:
  • Inchaço nas mãos e no rosto
  • Ganho de peso
Também serão realizados exames de sangue e de urina. Os possíveis resultados anormais incluem:
  • Proteína na urina (proteinúria)
  • Nível de enzimas hepáticas mais alto do que o normal
  • Contagem de plaquetas inferior a 100.000 (trombocitopenia)
O médico também solicitará outros testes para verificar a coagulação do sangue e monitorar a saúde do bebê. Alguns testes que monitoram o bem-estar do bebê incluem ultrassom de gravidez, teste sem estresse e perfil biofísico. Os resultados desses testes ajudarão o médico a decidir se o parto do bebê precisa ser realizado imediatamente.
As mulheres que, no início da gestação, tinham pressão arterial muito baixa, mas apresentaram um aumento significativo, precisam ser monitoradas cuidadosamente para verificar a ocorrência de outros sinais de pré-eclâmpsia.




sexta-feira, 21 de março de 2014

As meninas lideram mais que os meninos?

andreia vieira

As meninas lideram mais que os meninos?

Por mais de um século, a palavra "mandona" teve uma conotação negativa para as mulheres. Por trás dela, estão estereótipos profundamente arraigados sobre gênero. Dos meninos se espera que sejam firmes, seguros, que saibam o que querem, enquanto as meninas devem ser boazinhas, amáveis e sensíveis. Quando um menino assume a liderança na sala de aula ou em um jogo, ninguém fica surpreso ou ofendido. Isso é esperado. Mas quando uma menina faz o mesmo, ela é geralmente criticada.
Personagens famosos da cultura pop nos mostram que a campanha faz sentido. Era sempre Hermione Granger, personagem da saga Harry Potter, que guiava as ações dos amigos e, também por isso, sofreu muita resistência ao longo dos sete livros – e oito filmes. E quanto à Mônica e o Cebolinha? Ele aprontava e era visto como o galoto espelto. Ela, sempre vista como mandona, agressiva e, claro, baixinha e dentuça. Essas duas histórias são apenas exemplos de como as personagens femininas dotadas de inteligência sofrem certo preconceito de seus colegas.

Mas, transportando o assunto para a realidade de nossos dias, será que faz mesmo sentido essa distinção entre os gêneros masculino e feminino, quando o que está em pauta é capacidade de liderar? Nós, sociedade, estamos proibindo as meninas de se desenvolverem plenamente? Deveríamos nos policiar para não usar a palavra “bossy” ou mandona com tanta frequência? A seguir você confere algumas respostas para isso.

COMO NASCE UM LIDER
claro que todo pai quer que seu filho tenha características que o farão chegar mais longe, o que, muitas vezes, é associado com liderança. No entanto, Tania explica que essa característica é uma confluência de três fatores:

1) Características individuais. Ou seja, a personalidade de cada um. Não adianta pedir que seu filho brinque com muitos amigos se ele prefere ficar sozinho, por exemplo. Certas crianças são mais inventivas, outras mais responsáveis. Você pode ajudar a desenvolver uma série de habilidades no seu filho, mas a raiz da personalidade dele é imutável. Quer ele se dê bem na vida? Saiba, antes de tudo, reconhecer e valorizar essas características próprias dele. A partir daí, você pode ajudá-lo a usá-las a seu favor e a trabalhar seus defeitos;

2) Ambiente onde a criança vive. Pais que agem o tempo todo guiando as ações do filho podem, sim, estar impedindo que ele desenvolva certas características. Por outro lado, quando a criança está cercada por pessoas muito permissivas, pode ser difícil para ela distinguir o certo do errado, o espaço dela do espaço do outro. Quando se trata de liderança, isso faz diferença;

3) O contexto sócio-cultural. Uma menina que mora no Afeganistão ou na África é completamente diferente de uma menina que cresce por aqui. A cultura e o contexto social e econômico fazem muita diferença em como certos povos valorizam ou não determinados aspectos da personalidade.

É POSSÍVEL ESTIMULAR A LIDERANÇA?


Independentemente dos fatores citados acima, a liderança está também relacionada com autonomia, tomada de decisão e amadurecimento. Nesse sentido, é, sim, possível que os pais ajudem seus filhos a desenvolverem melhor essas questões.

Como? Comece com pequenas mudanças no dia-a-dia, como explica Elizabete: “Desde muito pequenas, e respeitadas as fases do desenvolvimento, os pais podem começar a dar pequenas responsabilidades à criança, como escolher a roupa, alimentar-se sozinha, mesmo que faça muita sujeira, amarrar os próprios sapatos, organizar o quarto e guardar os brinquedos”
Além disso, é muito importante que os pais não deixem de fora o tal do limite. “Eu costumo dizer que a criança precisa de três palavras no dia a dia dela: o ‘sim’, o ‘não’ e o ‘negociar’.”, aconselha a psicopedagoga. A criança que só escuta ‘não’ pode ter uma série de problemas emocionais e sociais. Se os pais só dizem ‘sim’, estão privando o filho da frustração, que é importante e faz parte do desenvolvimento pessoal. Quanto à negociação, é claro que há situações que você pode ser mais maleável, como deixar a criança jogar videogame em um dia da semana, desde que depois da lição de casa. Já em outras, não, no caso do cinto de segurança do carro.

E é nessas pequenas atitudes do dia a dia que seu filho vai aprendendo a desenvolver melhor e a ganhar mais autonomia. Só não se esqueça que respeito, amor e paciência o farão ir muito mais longe, independentemente da personalidade dele.
E se minha filha for mesmo mandona? 
Ela sempre quer mandar nas brincadeiras, nos passeios e em casa? Então, os pais precisam ficar atentos. Se a criança estiver com atitudes agressivas ou impositivas demais, é hora de conversar sobre a importância de respeitar o outro e estabelecer alguns limites. Não deixe de rever suas ações. Pode ser que seu filho esteja apenas reproduzindo um comportamento que ele vê em casa. 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Queimaduras: bebês de 1 ano têm 10 vezes mais risco de sofrer esse acidente

andreia vieira

Queimaduras: bebês de 1 ano têm 10 vezes mais risco de sofrer esse acidente


Criança abre a torneira (Foto: Thinkstock)

Dar um banho ou uma mamadeira quente para as crianças pode ser uma delícia. Mas é importante prevenir que seu filho se queime. A pele dele é mais fina e delicada que a sua, porque ainda tem pouca queratina e colágeno—são essas proteínas que tornarão a epiderme—camada mais superficial da pele—resistente, com o passar do tempo.
As principais vítimas desse tipo de acidente são os bebês de 1 ano, de acordo com estudo publicado no periódico científico Archives os Diseases in Childhood. Pesquisadores da Cardiff University, no Reino Unido, analisaram 1.200 indivíduos menores de 16 anos que sofreram queimaduras e foram atendidos nos departamentos de emergência do país. Eles concluíram que, na faixa de 1 ano, o risco de se machucar dessa forma é 10 vezes maior do que em outras fases da vida.
Nessa idade, você ainda segura seu filho no colo enquanto resolve as tarefas do dia a dia. É comum, portanto, que vigie o fogão ou passe pela cozinha com ele nos braços. A curiosidade pode fazer com que o bebê estique o braço e esbarre no cabo da panela. Aí a sopa quente, por exemplo, vai virar em cima dele, provocando o estrago. No estudo, 58% dos acidentes ocorreram por situações como essa, em que há contato com líquido em alta temperatura. No Brasil, houve 1.544 internações de crianças com queimaduras do gênero em 2013, de acordo com a ONG Criança Segura. “É na faixa etária de 1 a 5 anos que mais ocorrem machucados. As crianças não têm noção do perigo e buscam novas experiências”, diz Samar Mohamad El Harati, dermatologista do Hospital São Luiz Anália Franco (SP).
A curiosidade também pode levar os bebês a engatinhar e puxar a toalha da mesa em direção ao chão. Resultado: xícaras e copos serão derrubados e o conteúdo causará queimaduras.As mamadeiras e banhos quentes também podem ferir os bebês. “A mãe, atarefada e com pressa, não verifica a temperatura do líquido. A maior parte dos acidentes ocorre por desatenção”, explica Fernando Freitas de Oliveira, coordenador de ensino médico do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (SP).
As brincadeiras impróprias também representam risco de queimaduras. Tomadas e fios, por exemplo, não podem estar ao alcance das crianças. No Brasil, a exposição a correntes elétricas é a maior causa de morte nesse tipo de acidente – foram 144 casos fatais no ano passado. Fogos de artifício e fósforos entram na lista de itens proibidos. E acredite: achapinha é outro perigo. Quando você termina de alisar os cabelos e deixa a prancha sobre a cama ou um móvel baixo, seu filho pode tentar brincar com o objeto e encostar na superfície aquecida. Nos Estados Unidos, a chapinha foi a vilã em 42% dos casos que resultaram em lesões.
E o que fazer caso o acidente ocorra?


A primeira medida é colocar a área queimada em corrente de água fria, por cinco minutos. Isso aliviará a dor e limpará o local. Mas atenção: não recorra a tratamentos caseiros, como colocar pasta de dente ou margarina no ferimento. O risco de infecção aumenta e a cicatrização é prejudicada. Em queimaduras de primeiro grau, em que há vermelhidão em uma pequena área do corpo, não é necessário procurar ajuda médica. Basta hidratar com um creme apropriado, como de aloe vera ou camomila. Caso seu filho reclame de dor, ligue para o pediatra e peça a recomendação de um analgésico para aliviar o desconforto.
Se surgirem bolhas na pele ou a área afetada for maior que o tamanho da palma da criança (queimadura de segundo grau), vá ao pronto-socorro para analisar a extensão da lesão. O mesmo cuidado deve ser tomado quando rosto, mãos e região genital forem feridos. Caso a  roupa grude na pele, não a puxe – o médico removerá o tecido corretamente. Nos casos mais graves, a profundidade da queimadura é maior e a criança precisa ser internada.
Como evitar?


A maior forma de evitar as queimaduras é ficar atento à criança:
- Antes de colocá-la na banheira, use um termômetro para medir a temperatura da água. Ela deve estar entre 36,5°C e 37°C. Se não tiver, encoste o pulso – que é sensível – e sinta se o líquido está morno.
- Ao amamentar, você produz o leite na temperatura certa. Se o seu filho usar a mamadeira, coloque alguns pingos da bebida no pulso ou no dorso da mão. Não se preocupe: leite morno não dá dor de barriga!
- A cozinha é o cômodo da casa com mais focos de acidente. Se estiver preparando alimentos quentes, não permita que seu filho se aproxime.
- Esqueça as toalhas compridas, para evitar que a criança puxe a barra delas. Sobre a mesa, não coloque bules ou recipientes com líquidos quentes. Sirva-se e guarde esse tipo de louça.
- O sol causa queimaduras tão graves quanto as demais. Para os bebês com menos de 6 meses, que não podem passar protetor solar, invista em chapéus que tenham o filtro na composição do tecido. E, claro, jamais exponha a criança aos raios ultravioleta entre 10 e 16 horas. Para as maiores, o protetor solar deve ser reposto com frequência.
- Produtos de limpeza também causam queimaduras. Mantenha as crianças à distância deles. Uma boa opção é comprar álcool em gel, para evitar acidentes.
- Você não terá controle do comportamento da criança na escola. Portanto, escolha um colégio ou creche com salas pouco numerosas. Cada professor/auxiliar deve tomar conta de, no máximo, 5 crianças.

E fique atento a essa dica: uma forma de minimizar os danos de uma provável futura queimadura é usar hidratantes infantis específicos para a criança. O médico pode aconselhar um produto com ureia, por exemplo, que deixará a pele dela mais firme. Outra sugestão é evitar banhos longos, porque a água resseca a pele. Se o seu filho se lava três vezes ao dia, não precisa exagerar no sabonete em todos os momentos. Capriche somente na limpeza das virilhas, dos pés e das axilas. “O produto também deixa a pela seca e mais sensível”, explica a dermatologista.

Banho do bebê: fique de olho na segurança do seu filho

andreia vieira

Banho do bebê: fique de olho na segurança do seu filho


Além da temperatura da água, você deve tomar outros cuidados. Confira

Você testou a temperatura e checou a quantidade de água da banheira: tudo pronto para dar banho no seu filho com segurança, certo? Errado! Além de prevenir queimaduras e afogamentos, é importante checar se o piso do banheiro não está molhado para evitar quedas e escorregões.
A sugestão dos especialistas é o uso de tapete antiderrapante dentro e fora da banheira e do chuveiro. Outras medidas de precaução são barras de apoio em que as crianças possam se segurar ao entrar e sair do banho e boxes de vidro temperado. Além disso, assim como no resto da casa, nada de móveis e objetos instáveis e pontiagudos.

Para evitar intoxicações, mantenha cosméticos, medicamentos e aparelhos elétricos em armários trancados ou longe do alcance das crianças. Se houver um aquecedor a gás no banheiro, o espaço deve estar sempre ventilado. Não se esqueça de fazer a manutenção periódica do aparelho. Tire os aparelhos elétricos, como o secador, das tomadas após o uso e abaixe a tampa do vaso sanitário sempre!


Método canguru

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Método canguru melhora capacidade cognitiva das crianças a longo prazo



Segundo estudo, toque pele a pele entre mãe e bebê prematuro melhora o controle cognitivo da criança a longo prazo

bebê método canguru (Foto: Thinkstock)
O contato pele a pele entre a mãe e o bebê já provou ser importante para estimular o desenvolvimento físico e psicológico da criança, especialmente em prematuros. A novidade é que os benefícios deste contato podem ser sentidos até os 10 anos, segundo aponta um estudo recente feito pela Universidade de Bar-Ilan, em Israel, e publicado no jornal científico Biological Psychiatry.
O chamado método canguru é um tipo de assistência neonatal baseada no contato direto entre o corpo da mãe e do bebê. A criança, vestindo apenas uma fralda, é colocada em contato com o tórax da mãe (ou do pai) na posição vertical. Isso ajuda a regular a temperatura do corpo do bebê e fortalece os laços afetivos.
No estudo, os pesquisadores acompanharam 73 mães de bebês prematuros que adotaram o método canguru durante uma hora por 14 dias consecutivos, enquanto os bebês estavam na unidade neonatal. Para efeito de comparação, foram monitorados outros 73 prematuros que receberam cuidados convencionais numa incubadora.
Ao longo da década seguinte, ambos os grupos de crianças foram avaliados mais sete vezes. Os resultados mostram que as crianças tratadas com método canguru desenvolveram melhor a capacidade cognitiva.
As mães também se beneficiaram e, logo no primeiro semestre de vida do filho, aquelas que praticaram método canguru se mostraram mais sensíveis em relação à criança, com maior vínculo materno.
Ao completar 10 anos, as crianças que tiveram contato pele a pele com a mãe quando bebês apresentavam sono mais organizado, melhor controle cognitivo, resposta atenuada ao estresse e melhor funcionamento do sistema nervoso.
Outros estudos confirmam a hipótese de que o método canguru melhora o crescimento e desenvolvimento físico e mental dos bebês. Mas, segundo os autores da pesquisa israelense, este é o primeiro trabalho a demonstrar os efeitos a longo prazo que o método pode ter sobre a organização psicológica e o controle comportamental das crianças.
Origem do método canguru
A proposta surgiu na década de 1980, quando o médico Edgar Rey Sanabria, professor de neonatologia e pediatria do Instituto Materno Infantil de Bogotá, na Colômbia, se assustou com a alta taxa de mortalidade de bebês prematuros em seu hospital.
Ele decidiu, então, introduzir um novo método para enfrentar a falta de incubadoras e de atenção especializada para esses bebês. Edgar sugeriu que as mães tivessem um contato pele a pele com os filhos para mantê-los aquecidos e facilitar a amamentação.
O método não só reduziu a mortalidade como também melhorou o desenvolvimento dos bebês. Com o tempo, foi se expandindo a outros hospitais colombianos e tornou-se conhecido em todo o mundo.
No Brasil, ele chegou em 1997 no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Em 2000, o Ministério da Saúde publicou a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, atualizada posteriormente pela Portaria nº 1.683 de 12 de julho de 2007. O objetivo foi mudar a postura dos profissionais e fazer com que o método canguru se desenvolvesse no país.

Pode usar óleo na cabeça do bebê?

andreia vieira


 Pode usar óleo na cabeça do bebê?


menina; banho; xampu (Foto: Shutterstock)

O óleo mineral, usado para retirar crostas da cabeça dos bebês, não deve ser passado regularmente. O uso constante pode deixar os fios oleosos e, em casos mais graves, causar até alergia. O produto só é indicado para retirar a dermatite seborreica (uma espécie de caspa), que se forma no couro cabeludo de alguns recém-nascidos nas primeiras semanas de vida, sob orientação médica. Nesse caso, o óleo mineral ajuda a hidratar o couro cabeludo, facilitando o descolamento da crosta.
Para isso, aplique o produto com um chumaço de algodão na cabeça do bebê antes do banho. Passe um pente fino e lave normalmente o cabelo, com xampu neutro. Se os fios continuarem oleosos, ensaboe novamente para retirar o excesso de óleo. Caso esteja com a sensação de que o cabelo está ressecado, saiba que os fios caem até o 4o mês de vida. Se, depois que os novos nascerem, o desconforto continuar, peça para o pediatra indicar um condicionador, que deve ser neutro, assim como todos os outros produtos utilizados no recém-nascido. Não use nenhum outro tipo de óleo.
 fonte : Crescer

Como cuidar dos prematuros em casa

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Como cuidar dos prematuros em casa


Quando eles recebem alta, é normal os pais ficarem apreensivos. Confira dicas com os principais cuidados com o bebê que nasceu antes da hora

recém-nascido; bebê (Foto: Thinkstock)

O bebê humano é um dos mais frágeis da natureza e inspira cuidados especiais ao nascer. Imagine, então, se ele chegar antes da hora? O prematuro (ou seja, cujo parto aconteceu antes da 37ª semana de gestação) pode ficar dias, semanas ou até meses na maternidade antes de ir para casa. “O critério para a alta, nesse caso, não é apenas o peso da criança. Ela só costuma ser liberada se já está sugando e mamando bem, se a respiração estiver regular e se conseguir manter a própria temperatura”, afirma o pediatra Renato Procianoy, presidente do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O que, em geral, ocorre quando o bebê alcança em torno de 2 quilos – alguns um pouco antes, enquanto outros um pouco depois, segundo o especialista. Mas a tão esperada hora de deixar o hospital também pode trazer angústia e dúvidas aos pais: como cuidar do prematuro sem ajuda?
Em primeiro lugar, os pais e cuidadores devem seguir as indicações da equipe de saúde que atendeu o bebê durante a estadia na maternidade, já que cada criança pode necessitar de cuidado e medicação específicos. Mas isso não significa que seja preciso transformar o ambiente caseiro em uma UTI neonatal. Vale reforçar que, se ele recebeu alta hospitalar, afinal, suas condições de saúde estão estáveis. Para ajudar nesse período de adaptação, tanto para os pais quanto para o bebê prematuro, profissionais da Fundação Instituto de Enfermagem de Ribeirão Preto (Fierp) desenvolveram uma cartilha, com o aval do Ministério da Saúde. Veja algumas dicas do manual a seguir.
Visitas
Os pais não precisam ter vergonha em limitar o tempo e o número das visitas: como o bebê já está em casa agora, elas podem se revezar. A casa, aliás, tem de ficar bem arejada e, mesmo assim, é imprescindível evitar o contato com pessoas resfriadas ou gripadas. Solicite aos visitantes que lavem as mãos antes de pegar o bebê e que jamais fumem ali.
Amamentação
No início, os mais imaturos têm de ser alimentados por meio de uma sonda gástrica, uma vez que não conseguem coordenar os movimentos de sucção, deglutição e respiração ao mesmo tempo. Como o prematuro é mais sonolento, muitas vezes tem de ser acordado para mamar. Nesse caso, colocar a criança junto ao seio da mãe pode estimular o reflexo da procura. A princípio, se ele não conseguir sugar direito, o ideal é ordenhar o leite e oferecê-lo em um copinho (já que a mamadeira tende a prejudicar o aleitamento materno).
Sono
O bebê prematuro costuma dormir mais do que o nascido a termo e, por isso, a interação com os pais também é menor. Mas nada de desanimar! O jeito é se esforçar um pouco mais ao estimular a criança. Caso ela troque o dia pela noite, evite acender a luz ou fazer barulho durante as mamadas noturnas.
Engasgos
Pelo fato de ainda estar aprendendo a mamar e respirar ao mesmo tempo, o prematuro pode engasgar com frequência. Quando isso acontecer, vire a cabeça do bebê para a lateral, o que ajuda a drenar o leite para fora. Para evitar os engasgos, não tenha pressa em alimentar o seu filho, fazendo-o arrotar (no colo, em pé) a cada mamada.

Fonte: “Cuidados com o bebê prematuro: orientações para a família”, de Luciana Fonseca e Carmen Scochi (Fierp)

Saiba tudo o que acontece nos primeiros 60 minutos de vida do seu bebê



andreia vieira

Saiba tudo o que acontece nos primeiros 60 minutos de vida do seu bebê



bebe_dormindo (Foto: Getty Images)

O nascimento de um bebê é tão esperado quanto misterioso para as mães de primeira viagem. O que acontece na sala de parto? De que maneira vão examinar a criança? Quando ela vai mamar? São muitas as dúvidas que passam pela cabeça dos pais nos nove meses de espera. E muitas coisas acontecem do momento em que seu filho vem ao mundo até vocês irem para o quarto ou se encontrarem no berçário. Em 60 minutos, vocês vão se ver pela primeira vez, ele se aquecerá com o calor do corpo da mãe e passará por uma série de testes para mostrar que nasceu cheio de saúde. Haja emoção! Para reduzir a ansiedade, uma saída é tentar fazer um filminho na mente, com o roteiro do que deve se passar na hora H. Claro que há pequenas diferenças entre uma maternidade e outra, uma equipe de médicos e outra, mas, se bebê e mãe forem saudáveis, o ritual será muito semelhante.

BEBÊ SOB AVALIAÇÃO

Aquecer e acolher
Imediatamente após o parto, o bebê é enxugado pelas enfermeiras para que não sofra de hipotermia. Ocorre que ele naturalmente perde calor ao sair do útero e o resfriamento pode ser agravado pela temperatura mais baixa na sala de parto – que chega a ser até 15 graus a menos do que no abrigo uterino, onde gira em torno de 37ºC. Em seguida, geralmente o recém-nascido é colocado sobre o corpo da mãe, para ser acolhido e aquecido por ela.

Averiguar a respiração
Normalmente, o bebê começa a respirar nos primeiros 30 segundos após o parto e seu maior incentivo é o “choque térmico”. “Cerca de 90% dos recém-nascidos respiram naturalmente. Quando isso não acontece, fazemos manobras simples e rápidas que geralmente são bem-sucedidas”, explica Alice Deutsch. Trata-se de massagens suaves ou estímulos, como mexer nas pernas e nos braços para incentivá-lo a reagir. A especialista reforça que não se usa mais dar um tapinha no bumbum do bebê para que ele choramingue, sinalizando que está respirando. Aliás, nem toda criança chora ao nascer e isso não indica nenhuma anormalidade – em geral, os bebês choram como resposta ao impacto de um ambiente frio e luminoso.

Cortar o cordão
Enquanto o bebê é enxugado pelas enfermeiras, o obstetra interrompe o fluxo sanguíneo no cordão umbilical, com um equipamento que parece uma pinça, e o corta. Quando esse procedimento ocorre precocemente, o fluxo sanguíneo da mãe para o filho é interrompido antes do que deveria, o que pode gerar deficiência de hemoglobinas – as células vermelhas do sangue – no bebê e posterior anemia. Por outro lado, se o cordão é cortado tardiamente, o recém-nascido corre o risco de ficar com uma sobrecarga dessas células, o que resulta em dificuldades respiratórias e cardíacas. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que o procedimento ocorra, em recém-nascidos saudáveis, de um a três minutos após o nascimento. Esse é o tempo médio necessário para que a pulsação no cordão cesse. Uma revisão de estudos realizada na Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, sugere que esse é o parâmetro ideal para estabelecer o momento de realizar o corte.



Avaliar 
Assim que estiver seco, aconchegado e com o cordão umbilical cortado, o bebê vai para um berço aquecido, ao lado da cama da mãe, onde é enrolado em lençóis e, em alguns hospitais, recebe uma touca. Bem alojado, ele passa por um exame clínico. O neonatologista observa sua vitalidade nos seguintes aspectos: batimento cardíaco, frequência respiratória, cor da pele, tônus muscular e reflexo. Essa primeira avaliação indicará se o bebê precisa de algum procedimento específico imediato, como reanimação neonatal, ou se está em perfeitas condições. Esse é o chamado Teste de Apgar, que deve ser feito no primeiro minuto de vida do recém-nascido e repetido no quinto. Para cada quesito é atribuída uma nota, de 0 a 2, que apontará se aquela função está perfeita (nota 2) ou deficiente (nota 0). Ao final do exame, os bebês que somaram de 8 a 10 pontos estão com ótima saúde; de 6 a 7, podem necessitar de algum cuidado especial; mas o preocupante mesmo é se a nota obtida estiver abaixo de 5, principalmente no segundo teste. “Geralmente, os bebês se recuperam rápido e, caso demonstrem alguma deficiência no primeiro minuto, já no segundo exame se saem muito bem”, explica Luciene. Se a pontuação baixa persistir, indicando problemas como respiração irregular ou frequência cardíaca abaixo do normal, os médicos vão optar entre diversos métodos de recuperação.
Aspirar o líquido amniótico
Depois de nove meses em meio aquoso, é comum que um pouco de líquido amniótico penetre nas cavidades do rosto do bebê. Para que o líquido não migre para o pulmão nem provoque engasgos e enjoos, os médicos costumam aspirar o excesso por meio de uma sonda. Primeiro, ela entra pela boca e passa pelo esôfago. Depois, faz a limpeza das narinas, para facilitar a respiração. Essa precaução é indispensável, na opinião dos médicos convencionais, para prevenir complicações, como sufocamento e pneumonia. Mas há profissionais que consideram a medida dispensável em alguns casos. “O parto normal provoca a eliminação dessas secreções durante a passagem pelo canal”, afirma a doula Ingrid Lotfi, fundadora da Rede Parto do Princípio, do Rio de Janeiro (RJ). Na sequência, alguns hospitais pesam o bebê em outra sala, sem a interferência da primeira mamada. No entanto, se a mãe fizer questão de amamentar antes, vale conversar com o obstetra. O bebê pode ser acompanhado pelo pai durante a pesagem, mas ele só será medido mais tarde, quando estiver com uma postura corporal mais esticada, visto que os bebês tendem a ficar encolhidos nos primeiros momentos.
Pingar o colírio
Hora de cuidar da visão. Os hospitais são obrigados por lei a pingar uma solução de nitrato de prata a 1% em cada olho do bebê. O colírio evitará a conjuntivite neonatal e outras infecções geradas pelo contato com as secreções maternas – seja no ventre ou na hora do nascimento, ao passar pelo canal vaginal. Esse procedimento é lei porque há indícios de que alguns casos de cegueira posteriores estariam relacionados à falta desse cuidado.

Enfim, amamentar!
É orientação da Organização Mundial da Saúde que o bebê seja amamentado na primeira hora de vida porque, de acordo com uma série de pesquisas, isso reduz os riscos de mortalidade e proporciona anticorpos para que ele enfrente os dias iniciais de sua vida com muita vitalidade. Além disso, nesse momento, as mães costumam estar emocionalmente predispostas a estreitar o vínculo com o filho, fazendo com que se sinta mais encorajado a enfrentar as mudanças que se apresentarão nos dias seguintes. Afinal, para quem passou nove meses protegido e quentinho no útero, o ambiente externo pode parecer ameaçador. Outra vantagem é que, quando o bebê suga o peito, o organismo da mãe fabrica ocitocina, hormônio que auxilia na contração uterina e estimula os dutos das mamas a liberar o colostro – a primeira secreção láctea, cheia de células de defesa. Então, passados os primeiros procedimentos, ele deverá ser colocado junto ao seio da mãe. Em geral, a criança demora de 10 a 20 minutos para encontrar o bico e sugar.

Após a primeira hora, a tendência é que o recém-nascido durma e descanse do esforço que fez para nascer e se adaptar ao meio externo. Os momentos que se seguem são de observação dos sinais vitais, como padrões de respiração, movimentação e frequência cardíaca. Isso pode ser feito no berçário ou no quarto da mãe, dependendo da política do hospital, e o bebê invariavelmente fica em um berço aquecido. O primeiro banho normalmente é dado cerca de seis horas após o parto, quando a pele já se beneficiou do vernix – material gorduroso que a protege ao sair do útero. Mas isso também varia de acordo com o protocolo de cada instituição.Os outros testes importantes, como o do pezinho, são realizados 24 horas após o nascimento.
MÃE SOB CUIDADOS

Durante o trabalho de parto e na primeira hora seguinte, a paciente é monitorada, a cada cinco ou dez minutos, em três aspectos: pressão arterial, frequência cardíaca e padrão respiratório. Se estiverem dentro da normalidade, indicam que a anestesia está interagindo corretamente com o organismo e que a mãe passa bem, sem alterações relevantes. A paciente também permanece com um acesso no braço para receber soro e medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios, caso seja necessário.
SE O PARTO FOI NORMAL...
Expelir a placenta
Muitas mulheres expulsam naturalmente a placenta após dar à luz. Isso é importante para que o útero contraia e os vasos sanguíneos estanquem. Quando isso não acontece, vêm sintomas como enjoo e desmaio e a mulher corre risco de ter sangramento e infecções. “Apenas 3% das pacientes apresentam essas complicações”, tranquiliza a obstetra Karina. E, mesmo que o descolamento não ocorra a contento, o médico pode induzir contrações com medicamentos para que o corpo a expulse ou recorrer à retirada cirúrgica.

Suturar cortes 
Dependendo da elasticidade vaginal e do tamanho do bebê, há a necessidade de fazer uma incisão na lateral da vagina, para facilitar a saída do recém-nascido sem machucar a mãe. Caso isso tenha ocorrido, o obstetra fecha o corte com um ponto, para fazer o ajuste perineal. Assim, mulher nenhuma fica com a sensação de que teve alterações na região, decorrentes do parto normal.

Higienizar 
O obstetra volta a examinar a paciente para verificar se não sobrou nenhum pedaço da placenta, se a região perineal está saudável e como estão a respiração, o batimento cardíaco e a pressão arterial. Se tudo estiver OK, a mulher é higienizada, com soro fisiológico, e amamenta o bebê nessa primeira hora.
SE FOI CESÁREA...

As etapas executadas após o parto normal se repetem na cesárea com pequenas mudanças:
Placenta – Após retirar o bebê, o obstetra remove manualmente a placenta.

Sutura – Para que o bebê pudesse nascer, o obstetra teve de fazer um corte com 10 a 15 centímetros no púbis, abaixo da marca do biquíni. A sutura é feita em camadas (são sete), com um fio especial. O procedimento pode levar cerca de 20 minutos.

Sonda – Não é raro que a mulher perca o controle da urina, logo após o parto, por conta da anestesia. Para evitar escapes, pelo menos na primeira hora, ela fica com uma sonda para expelir o xixi.

Medicação – Como reação adversa à morfina – componente da anestesia –, algumas mulheres sentem uma forte coceira na pele. Apesar de incômodo, o sintoma não representa riscos e regride facilmente com a administração de um antialérgico.

Monitoramento – É o anestesista quem examina a paciente e a libera para o quarto – geralmente, quando ela já está mexendo bem as pernas (sinal de que o efeito da anestesia está passando). O período de observação pode durar de uma a três horas.

Amamentação
Após a assistência à mãe e o Teste de Apgar com o bebê, o aleitamento está liberado, ainda na primeira hora pós-parto.
EM AMBOS OS CASOS...

Depois de ser liberada da sala de parto, os médicos consideram que a mulher passa bem. Mas ela só poderá beber e comer depois de, aproximadamente, seis horas, mesmo em casos de parto sem anestesia, pois as transformações por que passou podem interferir na digestão. É permitido que ela ande um pouco, para ir ao banheiro, por exemplo, mas o ideal é que caminhe somente depois de se alimentar. Os enfermeiros avaliam seu estado geral periodicamente. Quanto à liberação das visitas, isso varia de acordo com a maternidade e pode ocorrer tanto imediatamente como algumas horas mais tarde.